quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

ANHARA DA CAMEIA



Olho em redor a imensa vastidão,
Um mar de ondas mansas de capim,
E a anhara da Cameia é mar sem fim…
Um reino de silêncio e quietação.

Paira no ermo a mágica visão
De pálida miragem de marfim:
Princesa que foi de um jardim,
E a quem só resta a vaga solidão…

Princesa morta dum país lendário
Vigia do seu trono solitário
Seus bíblicos rebanhos sossegados.

E, à noite, as chamas rubras das queimadas
São estátuas pagãs, transfiguradas,
São guerreiros da selva iluminados!

(Poesia de J. Galvão Balsa, in “Oiro e cinza do sertão)


 O Poema é, ainda, um dos muitos que o Henrique tinha seleccionado para o blogue. O quadro pertencia-lhe e, estava, com muitos outros, nas paredes do seu escritório