sábado, 22 de dezembro de 2012

GARANTIR OS DIREITOS FUNDAMENTAIS


A centralidade da acção do Henrique enquanto Provedor de Justiça foi a recepção de queixas. Simultaneamente atendia à realidade subjacente às queixas individuais; fazia um diagnóstico das suas causas; proponha soluções que favorecessem a melhoria do funcionamento das Administrações ou correcções legislativas. Tudo isto com a finalidade de garantir os direitos fundamentais dos cidadãos.
No discurso de posse do seu segundo mandato, é claro acerca desta sua preocupação:

           “O relatório sobre as nossas prisões, o estudo apresentado ao Governo sobre a melindrosa problemática da reabilitação urbana, a inspecção já terminada a todos os lares de idosos na Região Autónoma dos Açores, inquéritos efectuados a atrasos de funcionamento das Juntas Médicas de verificação de incapacidades na Segurança Social, inspecções em curso a centros de saúde da Região oeste para verificação dos cuidados médicos prestados aos cidadãos, visitas de inspecção a alguns Serviços da Administração Fiscal, e a mais recente inspecção às Comissões regionais de Reserva Agrícola, sob cuja jurisdição se encontram terrenos que estarão a ser utilizados permissivamente para finalidades não consentidas por lei - constituem exemplo do que ambicionaria fosse uma Provedoria de Justiça progressivamente mais "no terreno", mais pró-activa, mais próxima dos cidadãos, e dos seus problemas de fundo, sem retroceder no que já foi alcançado”.

Significativamente, quando interrogado sobre se entendia dispor, enquanto Provedor de Justiça, dos meios e recursos necessários ao cabal desempenho das suas funções, o Henrique, sem negar as vantagens de ter mais recursos, esclarecia que sim, mas com cuidado:” Não tenho a ideia de que para atacar certos problemas sejam precisos mais funcionários. Acho que isso é um erro muito grande. O que entendo ser necessário é uma maior produtividade”.
Lisboa, Junho de 2006