quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

JUSTIÇA PLENA


(...) Se sabemos de que reclamam os cidadãos; 

se temos uma instituição credibilizada pelo alto prestígio dos Provedores de Justiça que me precederam;
se acreditamos que a generalidade dos cidadãos encara o seu Provedor de Justiça como um refúgio de garantia dos seus direitos, muito há, ainda, que não sabemos, porque não conhecemos.

Não conhecemos os que não têm voz para reclamar.

Não conhecemos os que não têm força para se queixar.

Não conhecemos a vivência de alguns "mundos fechados" em que a cidadania é um ponto de interrogação.

Haveremos, porém, de recordar, em cada dia do nosso trabalho, as belíssimas palavras de Manuel Alegre, na alocução oficial aos congressistas da Federação Ibero-americana de Ombudsman, reunidos em Lisboa, em 2002, na Sala do Senado, quando, em representação do Presidente do nosso Parlamento, nos disse:

"Quando mais ninguém ouve ninguém, há sempre alguém que ouve um cidadão".

A Provedoria de Justiça ouvirá. Eu ouvirei.

Excerto do discurso que proferiu na Assembleia da Republica, a 8 de Julho de 2004, durante a cerimónia de posse como Provedor de Justiça (segundo mandato)