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Em democracia, os conflitos de trabalho suscitam-se com relativa frequência, nomeadamente nos países que se defrontam com grandes desigualdades sociais e que não possuem uma economia desenvolvida.
A situação internacional não nos é nada favorável e a nossa economia ressente-se disso.
Neste contexto, o acerbamento de conflitos não irá potenciar condições para que a nossa economia vença as dificuldades que se opõem.
Sem investimento e sem crescimento equilibrado, como podemos criar mais emprego?
E sem um mínimo de estabilidade social, como podemos incentivar a produtividade e repartir com mais justiça a riqueza criada?
Sejam quais forem os nossos pontos de vista, temos que os confrontar e tentar chegar a soluções de consenso, expresso ou tácito. Sinto ser isso o que a generalidade do nosso povo deseja.
É isso o que se impõem tentar com coragem e com verdade.
Em normalidade democrática, não se entende que a rua seja o melhor forum de debate dos problemas e que os “slogans” de propaganda resolvam o que quer que seja.
In “Comércio do Porto” Julho de 1981