Com a devida vénia reproduzo um excerto de um
artigo de opinião publicado no Jornal “O Público” com data de 13 de Junho de
2013, da autoria de Alberto Pinto Nogueira, Procurador Geral Adjunto
“O país não vive em interregno. É um
interregno! Henrique do Nascimento Rodrigues foi Provedor de Justiça de 2000 a
2009. Cidadão insigne, como tal conhecido não só no país como no estrangeiro.
Salientou-se sobretudo no mundo do trabalho, tendo exercido o cargo com
competência, independência e grande elevação. Na Provedoria de Justiça, apesar
de gravemente doente, permaneceu mais um ano para além do segundo mandato que a
pusilanimidade dos políticos, nos seus jogos de bastidores, nos truques, nos
interesses, demorou a substitui-lo. Para de seguida ocuparem o cargo, foram
propostos o Professor Jorge Miranda e
Laborinho Lúcio, não menos insignes cidadãos e juristas de alta craveira
nacional e internacional. A mesma pusilanimidade fez recusar estas personalidades
para o cargo. Os jogos, as manipulações dos políticos não têm limites: não
poupam seja quem for, ao sabor dos seus interesses mesquinhos. O País empobrece
de cidadãos superiores, mas enriquece e engorda de mediocridades partidárias.
Desprestigiam e desprezam os homens livres, mas acariciam e promovem os
medíocres e bajuladores! É assim em tudo. Ou quase”.
Passaram quatro anos. O Henrique renunciou ao
cargo a 3 de Junho de 2009, obrigando os partidos, por imposição da lei, a
eleger um novo Provedor de Justiça. Ironia das ironias! O actual Provedor enfrenta
o mesmo problema. PS e PSD, não se entendem! Esperará quanto tempo? O apelo do
Henrique: “ os partidos têm que se entender, para bem do país”, caiu em saco
roto"