Ao renunciar o meu pai regressa a casa.Trouxe consigo sonhos e projectos, alguns dos quais já não lhe coube
concretizar. Entre os projectos, criar uma Associação Lusófona dos Provedores
de Justiça seria um deles. “Longe não
virá o dia, quero desejar, em que poderemos criar uma Associação ou Federação
dos Provedores/Ouvidores de fala portuguesa, integrando os Ombudsman dos oito
países, cada um com as suas particularidades, ´ todos iguais, todos diferentes’.
“ Para
mim seria muito bonito que, antes de terminar o meu mandato, nós pudéssemos
avançar com o apoio a estes Provedores de Justiça de Justiça e depois, quem
vier depois de mim, criar uma Associação de Provedores de justiça Lusófonos.
Porque não, um dia, uma associação Lusófona dos Provedores de Justiça? É uma
coisa que mais dia, menos dia, acontecerá, já não no meu tempo, mas acontecerá
certamente.
O meu pai explicava assim este ‘sonho adiado’
: "Se os ombudsman dos países da América
do Sul já criaram a sua Federação; se os Ombudsman francófonos estão, eles
também, agrupados (…); se os 25 países da União Europeia têm os seus Ombudsman,
que se reúnem periodicamente e têm ´redes´ estreitas de relacionamento; e se
Timor-Leste, Angola, Moçambique e Cabo-Verde já têm Provedores de Justiça ou, pelo
menos, já os instituíram constitucionalmente – o que falta então para o grande
e tão variado mundo da língua em que todos nos entendemos avance uma qualquer
fórmula de associativismo das suas instituições análogas? Falta-nos o Brasil,
claro. Podemos criar as raízes dessa associação – mas sem as adequadas
instituições brasileiras, ela seria como um embondeiro de tronco retorcido, um
jacarandá ou uma buganvília sem cores, uma cerejeira sem fruto, ou um coqueiro
com cocos sem sumo. Não seríamos nós todos, portanto. E ou somos nós todos ou
não saberemos responder ao desafio histórico do século da mundialização, da
riqueza intercultural de que também se faz o humanismo e dos direitos humanos
que são universais”.
Sofia Nascimento Rodrigues
Fotografia feita em Luanda - Provedor de Justiça de Angola. Representação de Cabo- Verde e do Brasil. Representados outros países africanos
A 28 de Maio de 2013 foi assinada a Declaração de Lisboa que cria a "Rede", embrião desse grande sonho. Foi notícia: " Países de Língua Portuguesa já têm ´Rede' de Provedores de Justiça, Comissões Nacionais de Direitos e demais Instituições de Direitos Humanos. Assinaram os sete: Lisboa, Angola, Moçambique, Brasil, Cabo-Verde, Guiné, Timor- Leste.
De facto " Deus quer, o homem sonha, a obra nasce"
A 28 de Maio de 2013 foi assinada a Declaração de Lisboa que cria a "Rede", embrião desse grande sonho. Foi notícia: " Países de Língua Portuguesa já têm ´Rede' de Provedores de Justiça, Comissões Nacionais de Direitos e demais Instituições de Direitos Humanos. Assinaram os sete: Lisboa, Angola, Moçambique, Brasil, Cabo-Verde, Guiné, Timor- Leste.
De facto " Deus quer, o homem sonha, a obra nasce"