
É necessário negociar com o FMI, uma política de austeridade. Vive-se
em situação de bancarrota eminente. Quem aceitar formar Governo vai passar um
mau bocado.
“Nascimento Rodrigues disse, durante o debate
televisivo, que “os resultados do PSD dão
uma satisfação relativa”.
O dirigente social democrata
recusou-se a responder às insistentes perguntas de Margarida Marante sobre se o
PSD aceitaria formar Governo com o PS, respondendo sempre “que compete ao partido mais votado tomar as iniciativas políticas”
e sublinhando “é ao PS que compete definir as suas políticas de alianças”.
“ Esperamos que os partidos democráticos se entendam para que possa ser
encontrada uma solução rápida e positiva de Governo para Portugal”.
O dirigente social – democrata
atribuiu os resultados eleitorais do seu partido “ao desgaste provocado pela presença no Governo e à conjuntura de crise
económica nacional e internacional”
“Na mesma mesa redonda, a
intervenção final do vice-presidente do PSD valeu todo o debate. Foi frontal,
serena e dura, nomeadamente nas críticas que dirigiu a Jaime Gama. Às quais o
representante do PS não respondeu, decidido que está na preparação do bloco
central, seja a nível de um acordo de Governo ou apenas de incidência
parlamentar.”
( IN “A Tarde" 26 de Abril 1983).
A 7 de Maio o líder socialista
envia uma carta ao vice – presidente social-democrata, Mota Pinto, convidando-o
para negociações com o objectivo de “ viabilizar um acordo político,
parlamentar e governamental” de legislatura”. Meta desejada: um Governo
maioritário de centro - esquerda. No dia 9 de Maio o PSD contacta por escrito o
PS confirmando a sua disponibilidade para iniciar conversações.
No dia 27 de Maio o Presidente da
República indigita Mário Soares como Primeiro Ministro.
Para trás ficam 20 dias de árduas
negociações.