Em
1982, acelera-se a movimentação laboral. A CGTP decreta, para 12 de Fevereiro,
uma Greve Geral sem o apoio da UGT. Dias antes
(6/2/82), há um atentado á bomba (reivindicado pelas FP25), em casa do
Secretário Geral da UGT.
“Só
os ingénuos, ou os que não querem ver, é que não retirarão a conclusão de que
se pretende criar no nosso País, uma situação de confusão, indecisão e
desestabilização, situação que é caldo de cultura propício para que as forças
totalitárias e seus companheiros de meias tintas recuperem um poder que
começaram a perder com as vitórias da AD.
A
face do terrorismo surgiu às claras e é altura de todos os portugueses
compreenderem os verdadeiros objectivos antidemocráticos da greve geral. É
conhecida a posição clara e corajosa da UGT e do seu Secretário Geral no que
respeita à condenação da greve geral do dia 12 de Fevereiro pelo que não pode
duvidar-se de que este vil atentado terrorista pretenda ser uma resposta para
aterrorizar os responsáveis da UGT, os trabalhadores democratas e a população
portuguesa. É ainda altura de respondermos ao terrorismo e à desestabilização
provocadas pelas forças extremistas e totalitárias com serenidade e calma, mas
também com a mais firme determinação de preservarmos o regime democrático e a
convivência pacífica entre os portugueses. Nesse sentido a resposta do PSD é só
uma: no próximo dia 12 todos ao trabalho, em cada local e em cada posto de
trabalho; cada um de nós vai defender a democracia e a liberdade. A nossa
resposta vai exprimir-se em todo o País. Os sociais-democratas não têm dúvida
sobre a sua resposta. No dia 12, nós não faltaremos, sejam quais forem as
dificuldades, aos nossos locais e postos de trabalho.
Sem
medos que não se justificam, sem exaltações que nunca são timbre de democracias
firmes e por isso serenos, sem hesitações ingénuas que misturam o essencial com
o acessório e que confundem os planos, diferenciados, da defesa do regime
democrático e da oposição legítima à actuação governativa.
Isto
não tem nada a ver com o legítimo sentido de oposição democrática daqueles que
não votaram na actual maioria e nela não acreditam. Isto nada tem a ver com a
insatisfação que possa ser sentida por faixas de trabalhadores portugueses face
às dificuldades suscitadas pela crise que atravessamos”
I N “ Portugal
hoje” 8/2/1982