1983. O Henrique faz parte de um grupo de militantes,
(designado pela comunicação social como o “grupo dos notáveis”), que, na
sequência do ruir da Aliança Democrática, sente a responsabilidade histórica de
procurar, e, encontrar, uma solução de liderança nova e prestigiada para um PSD
profundamente dividido.
Nenhum líder emerge de uma forma
clara, pelo que durante o X Congresso, (Montechoro 23 a 25 de Fevereiro), surge
uma solução tripartida.
O espírito de Montechoro terá
sido votar Nuno Rodrigues dos Santos como presidente respeitado, integro e símbolo
do PSD e Mota Pinto como líder efectivo. O objectivo era, portanto, que Mota
Pinto assumisse a liderança do Partido. Mais tarde o Henrique dirá entender
nunca ter havido uma verdadeira “troika”, no sentido com que muitos se referiam
a esta direcção tripartida.
A 3 de Março em Entrevista a “O País” o
Henrique afirma:
“ Não vão ser fáceis os tempos do
futuro. Vai-nos ser exigido que sejamos capazes de efectivar o propósito, com
que nos apresentamos a este Congresso, de consolidar e fortificar a unidade do nosso
partido. Na sua projecção externa esse propósito implica que demonstremos ao
eleitorado qual o significado político da social democracia como projecto anti –
conservador e anti – colectivista. Em consequência será necessário que o
eleitorado compreenda que o grande espaço da liberdade e do progresso se
polariza no Partido Social Democrata. Falaremos a linguagem de verdade que é
necessária para que se possa progredir em solidariedade. Não devemos esperar as
esmolas de ninguém. Só o trabalho de todos os portugueses permitirá que Portugal
ultrapasse gradualmente a crise com que se defronta”
IN “O País” 3 de Março de 1983