“Somos
um partido suficientemente forte para que não se deva ter receio de reconhecer
os erros e falhas cometidos. Como maior partido português, aquilo que
legitimamente se pode exigir de nós é que assumamos a responsabilidade de o ser
em termos de convencer. Com humildade democrática e com realismo político
devemos admitir que há muita coisa que tem falhado e que não pode continuar a
falhar. Fazer um diagnóstico correcto da situação e perspectivar o futuro do
partido e do País em termos de uma social-democracia que não tem que ser posta
na gaveta mas deve, sim, ser pensada à luz das constrições impostas pela crise
internacional e interna, eis ao que pode levar uma desejável reflexão colectiva
das principais figuras sociais-democratas, reflexão assumida como sentido de
relançar o PSD e com o intuito patriótico de se afrontar e superar a crise que
o País atravessa. Não é com atitudes de avestruz que o conseguiremos.”
IN
“O Tempo” 2 de Dezembro de 1982