A formação do Bloco Central foi um dos processos negociais partidários
mais relevantes em que o Henrique participou activamente. Depois de dias “a
partir pedra”, como costumava dizer referindo-se a negociações, chega a um
acordo com o PS (representado por Maldonado Gonelha), sobre a política laboral
do futuro Governo. Foi o acordo conhecido por acordo Gonelha/ Nascimento
Rodrigues. (divulgado pelo Jornal “ O Tempo” 2/6/83)
“ No âmbito das negociações em curso entre o Partido Socialista e o
Partido Social-Democrata….. Nesta reunião foi analisada a política Laboral e
Social, tendo-se concluido haver uma margem de convergência muito larga e
acordado o seguinte:
1.Haver necessidade de ser institucionalizada uma Política de
Concertação Social
2. Criar uma instância superior de representação plural de interesses
colectivos (tipo Conselho Económico e Social)…. e continua por mais 7 páginas.
Este acordo mereceu larga contestação da parte da UGT, designadamente do
seu Secretário Geral o que levou o PS recuar em relação ao que tinha sido
acordado. Estava em causa a possível liberalização dos despedimentos
individuais.
Durante 48horas tremeu-se pelo futuro do Governo do Bloco Central.
Mota Pinto afirma :“ Uma Central Sindical é apenas um parceiro social e
não uma entidade que possa mandar no Governo”. Mostra-se disposto a enfrentar a
UGT e o PS e diz: “que não assina este projecto de acordo com o PS, nem está
inclinado a fazer parte do Governo, ou a contribuir para a coligação
governamental, enquanto os socialistas não derem garantias sólidas e públicas
de maior clareza de intenções relativamente a aspectos tão importantes como o
da legislação laboral.”
IN " O jornal 2 de Junho de 1983
O Henrique apoia Mota Pinto neste braço de ferro.