“É
fácil acenar à opinião pública com a imagem do desencanto na difícil situação
económica internacional e interna, mas não parece correcto fazê-lo sem medir as
consequências que isso pode acarretar no plano da participação democrática dos
cidadãos na vida partidária, na vida associativa, nos actos colectivos e nos
próprios actos eleitorais. O futuro não se constituirá na base do conflito com
os partidos democráticos na presunção de que estes falharam. Contribuir para
isso, é contribuir para a inexistência de soluções de democratização e
desenvolvimento do País”
H. Nascimento
Rodrigues1982
“ Está
nas mãos de todos os cidadãos e não apenas do governo escolher entre o
contributo do trabalho do empenhamento e da participação democrática que
viabilizem um futuro melhor e a atitude de criticismo permanente e corrosivo,
de apatia e desinteresse, da obstrução e do oportunismo que podem inviabilizar
a recuperação do País.”
H. Nascimento
Rodrigues 1982
“A
situação política e económico – financeira do País reclama insistentemente que
os diferentes órgãos de soberania se pautem por um relacionamento saudável, de
não hostilização, de esforço de compreensão das necessidades dos portugueses e
de tentativa de acerto colectivo. Os portugueses aspiram legitimamente a que os
seus representantes máximos façam provas de sentido de Estado. Têm o direito de
lhes exigir que contribuam para a consolidação de um clima e de uma prática
políticas de civilidade democrática e de respeito institucional. Civilidade
democrática e respeito institucional que são indispensáveis à recuperação das
nossas dificuldades económicas e do nosso atraso social. Não é provocando-se
uma instabilidade politica quase permanente que se forja o consenso tantas
vezes proclamado e outras tantas na prática inviabilizado. Não é suscitando-se
o afrontamento que se impulsiona o entendimento nas grandes questões de
regime., não é perturbando-se a administração publica que se promove a eficácia
e a estabilidade da acção governativa.”
Lisboa 14 de Junho de
1982