Em 1979 o Henrique é convidado por Francisco
Sá Carneiro a integrar, pela AD, a lista de candidatos a deputado à Assembleia
da Republica (eleições intercalares).
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No dia 28 de Fevereiro de 1980 é entrevistado
pelo Semanário “O Tempo”.
À pergunta do Jornalista:
Sabemos que, desde sempre, se tem mostrado
avesso a exercer tarefas partidárias. Como explica, pois, a sua candidatura a
deputado, pelas listas da AD, como representante do PSD pelas listas de Lisboa?
Resposta do Henrique:
“ Não é exacta a afirmação de que tenho sido
avesso ao exercício de tarefas partidárias. O empenhamento na concretização do
ideário social – democrata e a busca de uma realização apropriada do programa
do PSD não têm, forçosamente, que revelar-se pela ocupação de postos
partidários. Por razões relacionadas com a minha própria maneira de ser e com
uma actividade profissional muito cheia, optei por um militantismo diferente,
mas que não concebo como menos útil ao partido. A este, são vantajosas todas as
actuações que defendam e expandam o seu projecto, em qualquer área da
sociedade. Não se deve confundir, pois, empenhamento partidário com
preenchimento de postos do aparelho do partido.
Assim se explica, portanto, que tenha aceite
a candidatura a deputado. Entendi que o País se encontrava num momento
decisivo, e não seria correcto a meu ver, “descartar-me” da responsabilidade de
uma intervenção, assumi-a com o sentido de cooperar no reforço da tónica social
– democrata do projecto político apresentado ao eleitorado pela AD e claramente
preferido na votação a que o País foi chamado”.