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“ Não é segredo que tenho sido adepto dos métodos
concertativos, que considero expoentes de um sistema mais racionalizador de
regulação sócio-económica e potencialmente favorecentes de estratégias de
desenvolvimento mais coerentes e sustentáveis”.
“De igual modo direi que o estatuto de trabalhador deve ser
um estatuto de cidadania, com direitos e deveres para com os empresários e a
comunidade em geral”
“Tracei como meta o
que dominei de Diálogo Social Alargado. Estávamos em 1981, numa altura em que
falar de diálogo social alargado era sujeitar-me a que uma parte das camadas
sociais dos portugueses e da própria opinião pública me apelidasse ou de
fascista ou de reaccionário.”
“Tivemos, na altura, iniciativas do Fundo Monetário
Internacional, em relação a Portugal, que nos obrigariam a certos sacrifícios
com repercussões na área do trabalho. Essa foi uma das razões que me levaram a
sair do Governo e a deixar a pasta de Ministro do Trabalho. Não quis aceitar as
medidas do FMI, porque sempre defendi que as coisas deviam ser feitas a partir
do diálogo social e da concertação.
Posso por isso dizer, com algum orgulho,
que fui o precursor da ideia, que naquela altura não se conseguiu realizar, mas
que mais tarde se veio a comprovar ser a melhor solução.”
“Ganhar o futuro não significa perder o passado. Significa,
apenas, capacidade e vontade de não parar no tempo”
Excerto de uma entrevista concedida em Fevereiro de 2003 à
revista Pessoal