Vai para três anos. O Henrique
deixou de estar connosco em 2010. Deixou de nos acompanhar, de nos ouvir, de
trocar ideias com a família, com os amigos. À dor, que a sua ausência definitiva nos provoca,
soma-se a falta de tudo que ele representava, da segurança que nos transmitia,
da referência que sempre foi, enquanto pai, político, ou, simplesmente amigo.
Hoje deixamos meia dúzia de linhas, com um propósito: dizer, por seu intermédio, que há um caminho de esperança.
“Mas vamos entrar agora num período mais difícil. Por um lado porque os
efeitos das medidas adoptadas far-se-ão sentir com mais acuidade no nosso dia-
a- dia, por outro lado, porque há áreas em que terão de ser tomadas medidas de
repercussão muito sensíveis. É fácil explorar o desagrado nessas
circunstâncias, mas para isso há o antídoto de uma política coerente de verdade
e de justiça. A nossa resposta tem de ser dada cumprindo a esperança dos que em
nós votaram.”
H. Nascimento
Rodrigues, Lisboa 1983