“Ninguém duvidará que greves repetidas e constantes não são favoráveis à recuperação económica de que o país tanto precisa. Pergunto-me se no fundo não estaremos a caminhar para uma situação económica e social muito pior do que aquela que seria possível obter, se todos fizéssemos um esforço para sabermos quais os limites a repartir pelos portugueses."
“Só os ingénuos, ou os que não querem ver, é que não retirarão a conclusão de que se pretende criar no nosso País, uma situação de confusão, indecisão e desestabilização, situação que é caldo de cultura propício para que as forças totalitárias e seus companheiros de meias tintas recuperem um poder que começaram a perder.
Lisboa 1982
"Fico constrangido quando alguém afirma não ter qualquer espécie de
ambição e se acomoda a ser “um rosto cinzento da vida”. Entendo o poder como
instrumento para a realização do bem comum e, nessa medida, uma fonte de
realização pessoal também. O exercício do poder, assim entendido, pode ser
justamente gratificante. Que mal há nisso? Penso que um dos erros da sociedade
portuguesa é, exactamente, o de não estimular, e até desvalorizar, as
capacidades individuais de afirmação e de realização solidária.”
Lisboa 1991
“É da natureza das coisas que o poder económico tente afirmar-se sobre
os outros poderes, em particular o político. Isso acontece sobretudo em fases
de rápido crescimento económico, que provoca sempre mutações. As sociedades democráticas
e os povos maduros (isto é com História e sabedoria de vida) são capazes, porém
de absorver e regular as expressões de caciquismo económico e novo-riquismo,
enquadrando-as sob valores de justiça, solidariedade e progresso sustentado.
Estou convicto que isso acabará também por ocorrer em Portugal e que o
verdadeiro poder empresarial – criador de riqueza sábia, de postos de trabalho
válidos e de desenvolvimento nacional – surgirá na sua plenitude. Será
benvindo, porque aceitará o seu lugar na sociedade, que é indispensável, sem
querer sobrepôr-se aos outros poderes”.
Lisboa 1991
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