O Henrique era um
homem de projectos, não de projectos pessoais, mas de sonhos, de realizações e
de conquistas. Projectava, sonhava, realizava. Em equipa. Era habitual ouvi-lo
dizer: “quem está comigo, está comigo! Quem não está… pode sair”. Tinha a
dureza dos que olham em frente, sem estremecer, e, a enorme doçura da dádiva, do envolvimento dos
“outros”, nesse caminhar.
Um dos sonhos que
trouxe consigo, quando deixou a Provedoria de Justiça, foi o de criar uma
Associação Lusófona dos Provedores de Justiça.
Em 2004 e 2005, nos I
no “II Colóquio Luso Brasileiro de
Ouvidores Públicos/Provedor de Justiça”, o Henrique afirma:
“ Disse-vos que ambiciono mais longe, para o espaço da
lusofonia. Timor –Leste foi o primeiro país da lusofonia, depois de Portugal, a
instituir o seu Provedor de Justiça e dos Direitos Humanos, ainda recentemente.
E Angola foi o primeiro país africano de língua portuguesa a criar o seu
Provedor de Justiça.
Cabo-Verde por seu turno, acolhe na sua constituição a
figura do Provedor de Justiça.
Eu espero que o seu exemplo frutifique nos outros países
africanos de língua portuguesa (…), e auguro que, um dia, todos juntos,
angolanos, brasileiros, cabo-verdianos, guineenses, portugueses, são-tomenses e
moçambicanos possamos criar uma Associação ou Federação dos
Provedores/Ouvidores de fala portuguesa, que congregue as nossas instituições
de Ombudsman, dos oito países, cada um com as suas particularidades, ‘todos
diferentes todos iguais’.
(…) E a partir desta iniciativa dêmos as mãos,
construamos o futuro – sonhemos juntos, forjemos obra comum.
(…) Depois de nós, outros virão. Mas que nunca digam que
nada fizemos. Nós já fizemos.
Brasil - João Pessoa
21/23 de Junho de 2004
Portugal – Lisboa 30
e 31 de Maio de 2005