22 de Maio de 2009
“ Finalmente uma luz de esperança. Se não
houver mais atrasos, o actual provedor de Justiça está quase a poder
libertar-se da «prisão» do cargo a que a Assembleia da República – sobretudo PS
e PSD – decidiram submetê-lo indigna e escandalosamente. Deixar arrastar mais o
processo em votações inconclusivas seria inaceitável”.
IN “Público”,
Sexta-Feira, 22 de Maio de 2009
Foi só
esperança. Falhou a eleição a 22. Falhou a 2ª volta a 29.
“ Vergonha, falta de
respeito, desprezo. Todas estas palavras se aplicam ao novo fracasso da eleição
do provedor de Justiça. (…) O que ontem aconteceu na Assembleia da República
foi uma vergonha, para o parlamento e para a democracia (…). A manutenção deste
impasse foi, ainda, um desrespeito para com as personalidades que foram a
votos. (…) Com uma agravante: com todas as sondagens a apontarem para um
cenário de governo minoritário após as eleições de Outubro, tornar-se-à bem
mais difícil alcançar os dois terços necessários à eleição do provedor de
Justiça. Dificilmente personalidades do seu calibre estarão disponíveis para se
sujeitar a novo vexame público. Esta indecisão revela também desprezo partidário
pelas pessoas e pelos seus problemas, já que o provedor de Justiça, é a
instância de recurso dos cidadãos face aos abusos do sector. Desprezo também
para com Nascimento Rodrigues, que aguarda para ser substituído há um ano. (…)
Finalmente, e se outras provas não houvesse,
esta foi mais uma demonstração da impossibilidade de reeditar o tão falado
«Bloco Central». PS e PSD provaram, mais uma vez, que são inconciliáveis. Quem
não se entende em matéria tão importante como a eleição do provedor de Justiça
jamais se entenderá nas questões da governação”.
Editorial do Diário
de Notícias, Sábado, 30 de Maio de 2009