(1958 ). Na primeira página de um dos
diários da sua juventude, o Henrique transcreve um soneto de António Nobre, que reproduzo
“Menino
e Moço”
Tombou
da haste a minha infância alada.
Murchou
na jarra de oiro o púdico jasmim:
Voou
aos altos Céus a pomba enamorada
Que
dantes estendia as asas sobre mim.
Julguei
que fosse eterna a luz dessa alvorada,
E
que era sempre dia, e nunca tinha fim
Essa
visão de luar que vivia encantada,
Num
castelo com torres de marfim!
Mas,
hoje, as pombas de oiro, as aves da minha infância,
Que
me enchiam de Lua o coração, outrora,
Partiram
e no Céu evolam-se, a distância!
Debalde
clamo e choro, erguendo aos Céus meus ais:
Voltam
na casa do vento os ais que a alma chora,
Elas,
porém Senhor! Elas não voltam mais
António
Nobre
1956 O Henrique está assinalado com x
Outubro de 2006, 50 anos depois
O ex-Liceu Diogo Cão, actual Universidade do Lubango, Setembro de 2009