Expresso, 3 de
Janeiro de 2009
PS e PSD definiram
perfil de substituto de Nascimento Rodrigues
“PS e PSD
ultrapassaram, finalmente, as divergências em torno do perfil do futuro
provedor de Justiça decidindo-se por uma figura neutral. Agora vão ter que
encontrar a personalidade que corresponda a esse perfil o que não garante
grande celeridade no processo. Seis
meses depois de ter expirado o seu segundo mandato e de três datas marcadas,
sucessivamente adiadas, para a eleição do seu substituto, Nascimento Rodrigues continua no cargo à espera de saber a quem terá de
passar a pasta. (…). Os líderes parlamentares dos dois partidos garantem
que não há novidade na matéria, mas o Expresso sabe que o processo sofreu
recentemente um pequeno avanço. Até há bem pouco tempo a divergência
centrava-se sobre qual dos dois partidos deveria designar o provedor. E, se o
PS defendia que desta vez devia ser um socialista, os sociais-democratas
argumentavam com um acordo de cavalheiros que estipulava para um partido a
presidência do Conselho Económico e Social e para outro a Provedoria. Depois da
intervenção de Sócrates e Manuela Ferreira Leite terão abandonado a ideia de
uma personalidade engajada a um dos partidos, para optarem por uma figura que
se distinga pela neutralidade.
A actividade do Provedor de Justiça na defesa do cidadão
face à Administração Pública é, na
maioria dos casos, pouco simpática para
os Governos. (…) Há quem defenda que
o pouco empenho do PS possa ter que ver com o facto de em ano eleitoral não ser
bem-vinda qualquer manifestação capaz de funcionar como publicidade negativa ao
Executivo. E o provedor é muitas vezes obrigado a denunciar alguma sobranceria
com que é tratado o cidadão perante a Administração Pública”.(…)