Depois da
entrevista à revista Visão (19 de Março de 2009), o silêncio da Assembleia da
República tornou-se ensurdecedor. O Henrique deixou claro que para ele, a
espera, tinha acabado. Alguns acusaram-no de, nessa entrevista, ter deixado de
ser isento, e de ter envergado a” camisola do PSD”. Engano. Todo o seu mandato
tinha tido um fio condutor – as queixas dos cidadãos contra as ilegalidades
erros e omissões da Administração Pública. Então e agora? Desleixo,
desrespeito, não cumprimento da lei…. ! Contra uma Instituição que tinha como
missão defender os portugueses das arbitrariedades do poder. Não teria o
Henrique o direito de ser “advogado” em causa própria? Na duríssima entrevista,
nesse dia 19 de Março, o Henrique vestiu a sua própria camisola e a camisola da
Provedoria de Justiça. O que é certo, é que, logo de seguida, e pela primeira
vez, os partidos apresentaram candidatos reais, (não virtuais, como tinha
acontecido até aí) e, que, depois de cumpridos todas as imposições legais,
foram a votos.
“ Na
virulenta entrevista que concedeu à Visão deixou o PS à beira de um ataque de
nervos. E obrigou o partido a movimentar-se para resolver de vez a questão da
substituição do Provedor, que se arrasta há oito meses, recorrendo a outros
parceiros”.
IN “Jornal de
Notícias”, 20 de Março de 2009
“ As divergências
entre PS e PSD, que tem impedido os dois partidos de encontrarem um nome que
substitua Nascimento Rodrigues, como Provedor de Justiça, são um lamentável
episódio que desprestigia o cargo e os dois partidos. Passaram oito meses desde
o final do mandato do actual titular e ‘nem sim nem sopas’. É neste contexto
que Nascimento Rodrigues deu uma entrevista à ‘Visão’. Contundente e
desassombrado, como compete a um homem livre que não perdeu a capacidade de se
indignar perante o estado do regime”.
IN “ Jornal
de Negócios, 20 de Março de 2009