Os órgãos de
comunicação social vão mantendo a notícia deste estranho compasso de espera. O
que falta para que os partidos se entendam e encontrem uma personalidade para
suceder ao Provedor de Justiça.? Passaram oito meses. O jogo é desprestigiante,
inglório, incompreensível e doloroso.
Diário de Notícias, 7
de Janeiro de 2009
“ A eleição do
próximo provedor de Justiça, sucessivamente adiada por falta de acordo entre o
PS e o PSD, continua sem data prevista. (…) A porta-voz da conferência de
líderes parlamentares referiu que PS e
PSD disseram que ‘há avanços’ nas negociações mas não se comprometeram com
qualquer prazo. O Presidente da Assembleia da República, (…)voltou a apelar aos
grupos parlamentares para que possa realizar-se a eleição. (…)”
Diário de Notícias, 22 de Janeiro de 2009
“ O processo de
negociação já passou por várias fases. A eleição chegou a ser marcada por duas
vezes: primeiro a 18 de Julho passado, depois para 10 de Outubro. Em ambas as
ocasiões foi adiada, porque PS e PSD não se entenderam na escolha do nome. (…)
A certa altura o nível de discussão subiu dos dois líderes parlamentares para
os líderes dos respectivos partidos. Mas José Sócrates e Manuela Ferreira Leite
revelaram-se incapazes de decidir, pelo que a negociação voltou a ‘descer’ para
os líderes dos respectivos grupos parlamentares. Ontem os dois reuniram, e
comprometeram-se a indicar proximamente quem será a personalidade escolhida
para suceder a Nascimento Rodrigues no cargo de Provedor de Justiça. O assunto
é delicado porque o Provedor de Justiça costuma ser uma figura de desgaste para
o Governo (seja ele qual for, do PS ou do PSD). Por outro lado tem assento no
Conselho de Estado. Actualmente, dos 16 membros (excluindo o PR), nove são mais próximos da área ideológica de Cavaco Silva e sete da área ideológica do Governo. O futuro Provedor poderá reforçar (ou atenuar) este desequilíbrio de forças".