A 10 de Julho de 2008,
o Henrique responde por escrito a três perguntas do semanário “Expresso”:
Expresso- Nos dois
mandatos à frente da Provedoria sentiu-se ouvido pelos vários destinatários das
suas mensagens?
Nascimento Rodrigues
– “ Sim e não. Sinto-me ouvido quando
consigo resultados concretos. Não me sinto ouvido quando demoro meses e
meses para conseguir uma resposta
entendível, ou quando me respondem ’não’ sem razão. Os relatórios dos meus oito
anos de mandato à Assembleia da República comprovam o seguinte:
a) consegui resolver, em 2007, 88,1% das queixas com
fundamento que me foram apresentadas. Foi a mais alta taxa de sucesso dos 33
anos da Provedoria de Justiça
b) consegui, em 2007, atingir 81,4% de taxa de eficiência
na resolução das queixas. Foi a mais alta taxa de eficiência desde sempre na
Provedoria de Justiça
c) consegui baixar a ’pendência processual’ para níveis
nunca atingidos na Provedoria de Justiça.
Isto revela que aquilo que se conseguiu foi porque as
entidades públicas aceitaram as posições do Provedor de Justiça. Este não deve
ser um contra-poder de arremesso: tem de ser um instrumento de cooperação com
as Administrações, por forma a conseguir resolver o problema das pessoas.
Expresso – Qual a
medida/ intervenção que considera mais emblemática do seu trabalho?
Nascimento Rodrigues –
“ O meu trabalho quotidiano, silencioso e
persistente: consegui”.
Expresso – Qual o
caso/s em que, pelo contrário, sentiu que o seu papel era mais ineficaz?
Nascimento Rodrigues
– “ As maiores dificuldades advém das
demoras e das respostas evasivas de vários Gabinetes ministeriais e de algumas,
outras, entidades públicas. A verdade é que, tendo-me deparado com quatro
Governos (Guterres, Durão Barroso, Santana Lopes e Sócrates), este último ganha
aos pontos na ‘lenga-lenga’. É preciso paciência…