A 5 de
Fevereiro, reúne pela terceira vez, em Lisboa, o Plenário do CES, dirigido
agora pelo 1º Ministro Cavaco Silva, que, “efectuou uma exposição sobre a
conferência de Edimburgo”, na sequência da ratificação do Tratado da União Europeia.
Alguma comunicação social designou este plenário pelo nome de “Conselho dos
Suspiros”, e justificava:
“ A
obtenção de um largo consenso social, uma das tarefas importantes deste
Governo, veio suportar a formação do CES. Mas, infelizmente, as coisas não têm
corrido como era esperado e apesar da fase inicial ser sempre complicada,
depois do terceiro plenário, alguns membros suspiram e continuam na mesma”.
IN “Dinheiro” 12 de
Fevereiro de 1993
(…)“O
contributo de solidariedade que a Europa Comunitária nos tem prestado já obteve
resposta no desempenho globalmente sério, empenhado e eficaz do nosso País, e
teve contrapartida no suor de milhares de portugueses emigrados que ajudaram a forjar parte do seu
crescimento económico e continuam, hoje, fora da Europa, a espelhar os valores
da civilização humanística e do espírito de convivialidade de que justamente se
reclama.
Não
escondemos, portanto, que precisamos desta Europa solidária e multifacetada.
Não escondemos que a União Europeia vem proporcionar oportunidades
incalculáveis. Mas o repto de as saber utilizar é sobre nós, portugueses, que
exclusivamente recai. Julgo que devemos compreender, por isso, que os apoios
financeiros da Comunidade – que vão chegar, não obstante as lamúrias agoirentas
dos eternos “velhos do Restelo”, a que estamos habituados – são apenas uma, e
só uma, das condições para o Progresso e para a Justiça no nosso País. Disse, (e
sublinho), uma das condições. Jamais os fundos comunitários serão uma solução.
Porque a solução para o nosso desenvolvimento tem de ser, essencialmente,
endógena. Este desafio não impende apenas sobre o Governo e as forças políticas
do nosso País. (…). É preciso ir mais além. É preciso que a sociedade civil
seja cada vez mais chamada a discutir as opções, cada vez mais envolvida e
participante nas estratégias de desenvolvimento, cada vez mais actuante como
tecido de irrigação de um progresso em harmonia”…
Excerto do discurso proferido pelo Henrique
no 3º Plenário do CES. Lisboa 5 de Fevereiro de 1993