“ O presente não o seria sem o passado e o futuro não será erguido sem
o presente se, nesta já longa caminhada não soubermos ser fiéis ao
ideário e guardiões da “fortaleza" social-democrata. É por isso que sei que
“não vou por aí”: não vou pelo canto da sereia da morte das ideologias e do fim
da história, não abraço as doutrinas dos que já auguram a sepultura do
sindicalismo, não vou atrás dos “gurus” da competitividade dos interesses e da
primazia dos lucros com o menosprezo das ideias e perda de valores.
Porque o ideário social-democrata é a antítese do fixismo, seja este
conservador ou socialista, e antagonista do liberalismo económico, se e enquanto
este ignorar os valores e exigências inerentes à preservação da dignidade da
pessoa- de cada pessoa.”
Lisboa 1994