No Congresso de Troia, a 23 de Fevereiro, nasce o PRD.
O Henrique dirige o “O Povo Livre” em Abril e Maio.
Subitamente, a 7 de Maio, duas semanas antes do
Congresso da Figueira da Foz , morre Mota Pinto:
“ Os Deuses devem estar loucos: aquele que deveria ganhar o próximo Congresso
(se as contas e a lógica estivessem certas) morreu em Maio. Não era um cidadão
qualquer. Era quem, plenamente, exerceu o dever da cidadania e se assumiu como
patriota. Mal ou bem - com erros por certo- Carlos da Mota Pinto procurou para
este País, o nosso, uma solução.”
Nuno Rebocho In “ A Tarde” 8 de Maio de 1985
Cavaco Silva vence o Congresso da Figueira da Foz. Em Junho é assinado o tratado de adesão à CEE. Cai o governo do
Bloco Central, e a 6 de Outubro o PSD ganha as eleições
legislativas. Cavaco Silva é 1º Ministro.
1985 é também o ano em que o Henrique regressa à Guiné Bissau.
“Assumo a
responsabilidade de dirigir o “Povo Livre” com a consciência da missão de
militância que o seu exercício supõe e implica. Esse o vector fundamental por
que tenho pautado a minha actuação ao longo destes anos, sempre que o partido
decidiu chamar-me para esta ou aquela tarefa. Pretendo continuar a ser, hoje e
neste cargo, o que fui ontem e noutros
A militância é uma missão de desempenho permanente para um
social-democrata. Não é um sacrifício, não constitui um esforço incómodo, não
exige recompensa ou benesses: é apenas o exercício do nosso sentido de
liberdade responsável e empenhada na realização dos valores que o PSD defende.
Passo a dirigir “O Povo Livre”, portanto, porque quis aceitar o convite
que me foi formulado e afirmo que me sinto satisfeito por o Partido ter
entendido que eu poderia ser útil à frente destas colunas. Habituei-me a que,
no PSD, somos homens livres e solidários. Fica claro, pois, que venho porque
quero, e quero sem que alguém me deva algo ou eu deva a quem quer que seja –
salvo a solidariedade recíproca de sociais-democratas, que dá sentido, conteúdo
e valor à nossa própria liberdade.
Mas a militância é também por
natureza, variável e variada, visto que devemos estar onde seja preciso e
possamos ser úteis, e enquanto assim for. Por isso mesmo o cargo que hoje
assumo tem para mim o horizonte temporal da utilidade que para o partido
resultar do modo como eu o exercer. E tem outro limite, que não posso deixar de
impor-me: porque este é um cargo da confiança da direcção do partido, fica ele,
desde já, à disposição dos companheiros que o Congresso da Figueira da Foz vier
a eleger».
In " O Povo Livre" 11 de Abril de 1985