“Vimeiro foi a povoação escolhida para servir de cenário ao Congresso
Nacional dos Trabalhadores Sociais-democratas, promovido pelo PSD. O Congresso
tem como objectivo central a unificação das duas estruturas sociais-democratas
com incidência no sector laboral: o secretariado dos sócio-profissionais,
organismo ligado ao partido, e a TESIRESD estrutura estatutariamente
independente do PSD. As suas deliberações terão, posteriormente de ser
ratificadas pelo Congresso do partido em Março próximo.
O congresso foi preparado desde 1982 por uma Comissão Organizadora,
que, integrava, paritariamente elementos das duas estruturas.”
In “O Jornal” 6 de Janeiro 1984.
Povo Livre - Vai ter lugar o
Congresso dos Trabalhadores Sociais-Democratas e aguarda-se com expectativa as
suas deliberações.
Nascimento Rodrigues – “Estou
seguro de que os trabalhadores sociais-democratas garantirão, na autonomia que
se lhes reconhece e que, por essa razão, lhes assiste como um direito e também
como um dever, os valores históricos da social-democracia, a tradição universal
do posicionamento livre e independente do mundo laboral, as próprias regras
fundamentais do direito internacional a que o país está vinculado e de que a
nossa constituição, nesse aspecto, se fez eco, em grande parte graças aos
esforços dos deputados constituintes do PSD. E sobretudo, será justo que este
congresso tenha presente o exemplo que Sá Carneiro sempre demonstrou em relação
à independência das estruturas organizativas dos trabalhadores face aos
partidos políticos. Recordo o apoio decisivo que com a sua visão de líder e de
estadista, prestou no momento histórico da criação da tendência sindical,
autónoma do partido, dos trabalhadores que se reclamam do projecto
social-democrata.
A vida não pára e nós somos, por filosofia política, evolutivos. Mas
somos, também, coerentes com os valores fundamentais do pensamento social
democrata, aderentes e participantes do património comum de ideias que a
Democracia sedimentou como garantias básicas de não interferência partidária no
mundo sindical, fiéis à linha de fundo que valoriza essa não imiscuição, cujo
desrespeito conduziria ao abastardamento de estruturas cuja finalidade é por
essência diferente. Esta a minha posição. Sempre foi. Repito-a como a única
força moral que me arrogo: a de ter procurado ajudar os nossos militantes
sindicais desinteressadamente, pelo empenho num projecto essencial à
democratização do País e ao engrandecimento do PSD”.
IN “O Povo Livre” 14 de Setembro de 1983