“ Situar o Conselho Económico e
Social no espaço internacional era também uma das prioridades do meu pai,
enquanto seu presidente. Assim, no exercício das suas competências, durante o
decurso das sessões do III Encontro Internacional, realizadas no Burkina Faso,
em 1993, apresenta a candidatura do Conselho português como organizador do IV
Encontro Internacional dos Conselhos Económico e Sociais e Instituições
homólogas. Esta candidatura tinha como oponente o CES de Espanha mas foi
acolhida por consenso. Deste modo, o Conselho Económico e Social português
ficou encarregado de organizar o IV Encontro Internacional dos Conselhos
Económico- Sociais e Instituições homólogas, em Lisboa, em Maio de 1995”.
Sofia Nascimento
Rodrigues
Nesta mesma linha, e logo em 1992
(mais precisamente a 7 de Setembro), faz uma intervenção no Curso de Verão da
Universidade António Machado (Baeza -
Espanha), sobre o novo “ Conselho Económico e Social Português”.
Em Novembro de 1993 desloca-se ao
Brasil - Belém do Pará e São Salvador da Baía, proferindo uma conferência por
ocasião dos “Seminários sobre relações do Trabalho”.
A 25 de Novembro de 1994, em
Abidjan, por ocasião do “ Encontro Constitutivo dos CES Africanos”, profere as
seguintes palavras:
“(…) As reuniões internacionais dos CES representam já um passo nesse
sentido - (de uma organização ou estrutura que agrupe os Conselhos de todo o
mundo). Desejaria sinceramente que o IV Encontro Internacional, que vai ter lugar
em Lisboa, em Maio do próximo ano, constituísse um momento de avanço nesse reflexão
conjunta. Para além dos temas específicos do IV Encontro – para os quais seria
útil levar a contribuição de opiniões concertadas a nível regional, pela
eficácia que, desse modo, se poderia emprestar às conclusões do Encontro –
seria, por certo desejável que pudéssemos aprofundar, nos nossos contactos
pessoais, essa reflexão acerca do papel que poderiam exercer todos os CES e
instituições homólogas no plano internacional, uma vez concertados entre si.
Este objectivo constituirá,
seguramente, um contributo poderoso para a atenuação das
disparidades de desenvolvimento regional, logo, para um melhor equilíbrio entre áreas do nosso mundo, actualmente muito distanciadas nos seus níveis de
progresso económico e social. Essas
diferenças tão acentuadas de
desenvolvimento não servem, do
meu ponto de vista, a causa da paz
mundial e de uma maior harmonia entre os povos. Que mais nobre objectivo para os nossos Conselhos, portanto, do que esse contribuir, no campo das nossas atribuições legais, para a Paz e o Progresso no nosso mundo?
Esta interrogação representa, ao mesmo tempo, um voto final: o voto de
que a vossa associação regional de
Conselhos Económicos e Sociais possa constituir um instrumento eficaz para o desenvolvimento do continente
africano, um exemplo a seguir por Conselhos de outras regiões, um fermento
para a aproximação entre todos os Conselhos Económico e Sociais do mundo.”
Abidjan, 25 de
Novembro de 1994