Em 1995, o Henrique publicava,
na revista “Industria”, um artigo quase pré monitório da nossa situação actual.
É pena que o País e os executivos não o tenham ouvido.
“ (…) Os tempos que aí vêm não serão, porém,
fáceis, porque vai haver mudanças na arquitectura e nos rumos da EU.
Provavelmente, é um novo e ainda incerto ciclo político e económico que se
abrirá. Seremos forçados a uma rigorosa
disciplina orçamental, a uma aplicação em tempo e mais acertada dos apoios comunitários,
a uma demonstração quotidiana de que Portugal tem um papel específico na Europa
e fora da Europa.
Os
próximos anos serão, assim, mais decisivos do que os anteriores. Teremos de ser mais competitivos, mais habilitados, mais determinados: o facilitismo significará demagogia e a
demagogia pagar-se-á caro. A economia terá de crescer em quadro de
estratégias concertadas. A Administração
Pública carecerá de profundas alterações, a qualificação dos recursos
humanos exigirá investimentos prioritários, a conflitualidade social deverá ser racionalizada e reconduzida por
negociação a níveis que sustentem o aumento do emprego e o combate às
chagas sociais, porque as economias não se desenvolvem em climas e culturas de
confronto e desestabilização sociais. E não poderemos menorizar a outra grande
aposta estratégica, política e económica: África e a lusofonia, porque é esta
geração que detém os laços, a sensibilidade e os conhecimentos indispensáveis
para a ganhar e passar às novas gerações.”
In “ Industria” Revista
de empresários e negócios Ano XV nº8 1995