Praia. Manhã de neblina. Céu e mar em confusão. O sol? Talvez brilhe
em breve. Ouço o murmúrio constante das ondas! O tempo (es)corre devagar.
Sentimentos, afectos, saudades, anseios, e, a tua chegada … para ficar… para a
eternidade!
Não te vejo. Mas estás aqui. No horizonte sem fim. Nos inúmeros tons
de azul. Que se unem. Confundem. Brilham.
… E a distância…! É o
Atlântico e, lá ao fundo, a linha mágica onde "termina". É a calma suave, (das
nossas manhãs), que se repete. Não há ondas,
mas, sinto o vento, e a tua presença. Vejo as gaivotas. Para sempre, olharei o
mundo parado lá ao fundo, em paz.
Como há 20 anos. Serenos. Em espera. Nós sabíamos. O
teu carro ia chegar à casa da Takula. A qualquer momento! A qualquer
momento!...
… E foi o alvoroço!
O Pai chegou!!!
Fazias 52 anos.
Os barcos não saem do mesmo sítio. Só as ondas permanentemente
se renovam. Como a vida. E a esperança.
Não estás agora. Mas vais chegar!