“Mas deixem-me dizer também que estou certo de que não há cooperação
duradoura sem alma que a alimente, e sem sonho que a sustente. É preciso ter
capacidade de viver para ter capacidade de realizar! É preciso ter capacidade
de sentir para ter capacidade de ajudar! E é neste sentido que quero expressar
aqui a minha certeza de que os técnicos portugueses e os técnicos africanos
lusófonos, que são os executores e responsáveis imediatos desta cooperação,
constituem, pelo empenho e pela dedicação que genericamente têm colocado nas
acções em que estão envolvidos, um pilar básico desta obra comum. Eles têm
sido, e confio que continuarão a ser, o ingrediente mais sólido, porque
medularmente humano, desta autêntica “conspiração de Amizade”, que nenhum
orçamento poderá jamais contabilizar! É esta “ teia de fraternidade” que
nenhuma tecnocracia avançada poderá alguma vez forjar e manter. E é esta
capacidade, não tanto de falarmos a mesma língua, mas sobretudo de falarmos a
mesma linguagem de sentimentos de vida, que nos junta e nos faz querer
continuar em conjunto.”
In 1º Encontro com os
PALOP na área da Inspecção do Trabalho.
Aveiro 8 a 13 de Maio
de 1989