" Recordando que a Constituição impõe
independência dos sindicatos relativamente aos partidos, Nascimento Rodrigues
declarou ao “Expresso” entender que os TSD, com o seu estatuto de ligação ao
PSD são inconstitucionais.
E admitindo que a alternativa é ”mudar ou acabar” frisaria":
“ Os sindicalistas ou são fieis ao partido e
afrontam a área sindical, ou são fieis à área sindical e afrontam o partido.
Estes são princípios universais do sindicalismo democrático”- sublinharia Nascimento Rodrigues, para
adiantar:” Para
além dos princípios, os factos demonstram que o PSD tem perdido terreno no
campo sindical, e isso não é compatível com a sua posição de maior partido
português”.
Finalmente, defendeu a reunificação de todos
os sindicalistas sociais-democratas, numa organização autónoma do partido.”
IN “
Expresso” 25 de Junho 1988
“Estive contra a formação dos TSD (Tendência
Sindical Democrata dentro da UGT), desde o seu início. Não conheço nenhum
partido democrático que tenha criado dentro de si uma estratégia organizada e
reconhecida para exercer funções sindicais. É uma atitude que entra em
contradição com o princípio de separação de poderes e de funções. Oponho-me a
uma estratégia partidária que exerça funções sindicais, mas não a uma corrente
que sirva para propagar o ideário social-democrata dentro das empresas e junto
dos trabalhadores. Os partidos têm o direito de emitir opiniões sobre todos os
fenómenos sociais, mas não devem interferir na estratégia sindical. A
estratégia e a acção pertencem aos sindicalistas.
Defendo uma UGT que protagonize um grande
espaço de confluência democrática onde convergissem trabalhadores democratas,
independentemente das suas filiações partidárias. Uma central sindical deve
esbater o mais possível as conotações partidárias e ideológicas pelo que seria
bom que neste momento não se falasse em tendências sindicais conotadas
partidariamente mas que se falasse em puras correntes sindicais no interior da
UGT”
IN” O
Correio da Manhã”26 de Junho 1988