“Da sua experiência como consultor jurídico –
laboral, declara que lhe ficou ”uma
maneira de entender os problemas como os próprios sindicalistas os entendem”.
Eleito deputado pelo PSD presidiu à Comissão
Parlamentar do Trabalho na sessão legislativa de 1979/80. Francisco Balsemão
chamou-o para a pasta do efémero VII Governo Constitucional que durou oito
meses; Nascimento Rodrigues declinou o convite para continuar no VIII, em
Setembro de 1981, por ausência de condições para realizar a política que
preconizava em relações de trabalho.
A oposição de direita, no seu próprio
partido, considerava-o como demasiado “sindicalista”; os sindicatos, de modo
geral, respeitaram-no como alguém que se recusou a ser o executor das medidas
mais duras impostas pelo FMI.
Eleito vice-presidente da Comissão Política
do PSD e nomeado, nessa altura, representante do Governo português junto da
OIT, pareceu mover-se sempre mais à vontade ao seu nível de competência
profissional, em Genebra, na Guiné- Bissau ou em S. Tomé, do que no meio da
trica política lisboeta.
Continua a defender o sindicalismo como “um protagonismo dos sindicatos, como
parceiros, ao lado do governo e das confederações patronais, para ajudar a
modernizar o País”, e que a UGT tem condições para se tornar a maior
central sindical ”se souber protagonizar esse papel de parceiro social para
a modernização”. Mas
acrescenta que “ não é
do interesse dos sociais-democratas nem do País, a constituição de uma terceira
central sindical” embora acrescente que este “ não deve ser um assunto tabu: aqueles que
defendem a terceira central têm direito a defendê-la, só que eu não apoio
isso”.
Um sindicalista socialista, com
responsabilidades na UGT, considera bom para o movimento sindical que
Nascimento Rodrigues, tenha emergido nesta altura.” Se ele for apoiado” –
comenta – “pode dar um contributo para um sindicalismo interveniente, e
independente do poder, enquanto governo e enquanto partido”.
O próprio Nascimento Rodrigues define deste
modo a sua filosofia e o seu programa: “ A luta de classes, no sentido marxista dos termos, passou à
História. O futuro pertence ao diálogo”.
IN “ O
Jornal” 8 de Julho 1988