“É da natureza das coisas que o poder económico tente afirmar-se sobre
os outros poderes, em particular o político. Isso acontece sobretudo em fases
de rápido crescimento económico, que provoca sempre mutações. As sociedades democráticas
e os povos maduros (isto é com História e sabedoria de vida) são capazes, porém
de absorver e regular as expressões de caciquismo económico e novo-riquismo,
enquadrando-as sob valores de justiça, solidariedade e progresso sustentado.
Estou convicto que isso acabará também por ocorrer em Portugal e que o
verdadeiro poder empresarial – criador de riqueza sábia, de postos de trabalho
válidos e de desenvolvimento nacional – surgirá na sua plenitude. Será
benvindo, porque aceitará o seu lugar na sociedade, que é indispensável, sem
querer sobrepôr-se aos outros poderes”.
In “ Revista dos
Quadros Técnicos do Estado”
Ano VI
Série II nº 4- Julho/
Agosto 1991