"Ninguém
duvidará que greves repetidas e constantes não são favoráveis à recuperação
económica de que o país tanto precisa.
Pergunto-me
se no fundo não estaremos a caminhar para uma situação económica e social muito
pior do que aquela que seria possível obter, se todos fizessemos um esforço
para sabermos quais os limites a repartir pelos portugueses.
O tipo de
sindicalismo de acocoramento perante os partidos políticos, sejam eles quais
forem, não serve, verdadeiramente, os interesses dos trabalhadores portugueses,
que o não querem. A grande alternativa para o mundo laboral do nosso país é, de
facto, a existência de um sindicalismo que seja na realidade, livre e
independente.
Torno a minha
crítica aplicável não só aos sindicatos de obediência comunista, como a todos
os tipos de sindicalismo que, no fundo se deixem manobrar por forças
político-partidárias e, fundamentalmente, por forças políticas de sentido
extremista.”
IN DN 19/2/82