Ano
difícil, 1982. O Henrique é o vice - presidente do PSD em exercício e preside à
comissão política nacional. Portugal está sob vigilância do FMI. Exige-se capacidade
de resposta à situação de crise nacional e internacional.
1982
será o ano de encerramento do processo
de negociações da adesão á CEE e de eleições autárquicas.
Em
1982 “a grande prioridade que se coloca ao PSD e a todos os partidos
democráticos é conseguir que a revisão constitucional chegue a bom termo. Isto
significará simultaneamente, a vitória do consenso democrático e da democracia
plena e civil sobre a democracia mais ou menos tutelada em que vivemos”. Seria
o fim do Conselho da Revolução.
Tudo
isto exige grande sentido de responsabilidade por parte de todos os partidos
democráticos
O
VIII Governo constitucional, governa, desde Setembro de 1981, em clima de permanente
contestação interna e externa. Há forças políticas da área da governação que
desejam a institucionalização da Aliança Democrática.
IN “A Capital” 9 de Janeiro 1982 - " Comemora-se o 1º Aniversário de posse de Pinto
Balsemão. Nascimento
Rodrigues, Vice – Presidente do PSD, ao fazer o balanço da acção governativa da
AD., declarou": “ Devemos expressar o sereno regozijo por termos sabido
conquistar e manter – pese embora as dificuldades e as contrariedades sofridas
– uma maioria estável que é o cimento do projecto de mudança prometido aos
portugueses, que não nos perdoariam que delapidássemos o que a tantos custou a
ganhar.
Há
condições para encarar o futuro com confiança mas não com optimismo, porque a
situação económico financeira exige da maioria e do Governo um esforço
acrescido de lucidez política e de empenhamento na resolução dos problemas
nacionais.
Existe um largo caminho a percorrer para se
cumprir o mandato de confiança e de esperança que em duas eleições foi
atribuído à AD. Mas é igualmente
necessário que tenhamos consciência do valor extraordinário que representou a
viragem política traduzida na formação da coligação governamental. Sem esta maioria
o país permaneceria sujeito aos solavancos de uma governação fraquejante, por
minoritária”.
“Por
mim reafirmo aquilo que sempre tenho dito: sou claramente a favor do projecto
votado nas urnas; sou contrário à desagregação desse projecto, tal com sou
contrário à sua transformação mais ou menos encapotada, num projecto diferente
ou seja a institucionalização da AD num só partido.”
Esta
afirmação, o seu testemunho indiscutível de social-democrata convicto,
marcariam, com todas as consequências, o seu percurso político partidário neste
ano de 1982.