O antigo deputado do PSD e ministro do
Trabalho do primeiro Governo de Pinto Balsemão (1981) é um discreto actor do
palco político. A partir da Provedoria de Justiça, sem alardes nem parangonas,
lá vai levando a água ao seu moinho, no difícill papel de “defensor do povo”
perante os abusos da administração. Nem sempre as suas recomendações são
acolhidas? Sabe-se que muitas vão para o caixote do lixo, porque as entidades
visadas, pouco disponíveis para lidar com influências externas e propensas a
agir, frequentemente com a sobranceria que a impunidade confere, não são
obrigadas a segui-las. No entanto, o facto de as questões serem suscitadas vale
por si só. Quanto mais não seja, por fomentar a confiança dos cidadãos na
Provedoria, um instrumento que é seu e deve ser usado. É a essa luz que pode
interpretar-se a intervenção de Nascimento Rodrigues na administração fiscal,
resultado de uma inspecção que detectou deficiências e até ilegalidades no
sistema de execuções fiscais e descobriu que a Banca se apressa a congelar a
totalidade do saldo das contas penhoradas pelo Fisco. (Jornal de Notícias 22 de
Novembro de 2007)