Noites africanas langorosas,
esbatidas em luares…
perdidas em mistérios…
Há cantos de tungurúluas pelos ares!...
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Noites africanas endoidadas,
onde o barulhento frenesi das batucadas,
põe tremores nas folhas dos cajueiros…
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Noites africanas tenebrosas…,
povoadas de fantasmas e de medos,
povoadas das histórias de feiticeiros
que as amas-secas pretas
contavam aos meninos brancos…
E os meninos brancos cresceram,
e esqueceram
as histórias…
Por isso as noites são tristes…
endoidadas, tenebrosas, langorosas,
mas tristes…como o rosto gretado,
e sulcado de rugas das velhas pretas…
como o olhar cansado dos colonos,
como a solidão das terras enormes
mas desabitadas…
É que os meninos brancos…,
esqueceram as histórias,
com que as amas-secas pretas
os adormeciam,
nas longas noites africanas…
Os meninos brancos … esqueceram!...
povoadas de fantasmas e de medos,
povoadas das histórias de feiticeiros
que as amas-secas pretas
contavam aos meninos brancos…
E os meninos brancos cresceram,
e esqueceram
as histórias…
Por isso as noites são tristes…
endoidadas, tenebrosas, langorosas,
mas tristes…como o rosto gretado,
e sulcado de rugas das velhas pretas…
como o olhar cansado dos colonos,
como a solidão das terras enormes
mas desabitadas…
É que os meninos brancos…,
esqueceram as histórias,
com que as amas-secas pretas
os adormeciam,
nas longas noites africanas…
Os meninos brancos … esqueceram!...
(Poesia de Alda Lara, in “No reino de Calibã II”)