quarta-feira, 5 de junho de 2013

AS PERGUNTAS QUE FICARAM

Terminado o quadriénio do 2º mandato como Provedor de Justiça em Junho de 2008, a lei impunha que a designação do seu substituto, (não poderia ser eleito para novo mandato), tivesse ocorrido entre Maio e Junho desse ano. Já vimos como foi doloroso e difícil, de todos os pontos de vista, o arrastar desse processo que culminou com a renúncia ao mandato.

"Na nossa condição de família, questionamos o 'porquê' da situação que vivíamos mas nas respostas que nos dávamos nunca encontramos nenhuma razão que pudéssemos considerar justificativa do esforço diário que fazia e do agravamento crescente do seu estado de saúde. Salvo uma: a sua vontade livre de se manter nessa situação.
Hoje, conscientes de que empregou nessa recta final da sua vida pública a sua última força física, perguntamos apenas 'para quê' e sabemos que a vida do pai teve um sentido que o ultrapassou. A sua decisão de renúncia foi o mais significativo gesto de liberdade, de homem público e político, que nesse mesmo momento se despediu dessa condição.
Se aceitou ficar no cargo de Provedor de Justiça 10 meses além do seu término fê-lo  pelos cidadãos que servia e pela defesa do prestígio do órgão para o qual havia sido eleito nove anos atrás. Mas fê-lo apenas até ao momento em que terá percebido que serviria mais se provocasse a vacatura do lugar, forçando assim a eleição do seu sucessor."
Sofia Nascimento Rodrigues