O grande sol das calmas dardejantes,
Sol africano de horas esbraseadas,
Inquieta-me as pupilas incendiadas,
Sobressalta-me as veias latejantes…
O grande sol de flechas causticantes,
Que faz gritar as pedras calcinadas,
Põe-me na alma visões alucinadas,
Põe-me na carne crispações vibrantes.
E eu sinto-me um guerreiro primitivo,
Mártir obscuro dum calvário vivo,
Gozando a dor dum estranho frenesim…
E é tanta a luz em toda a Natureza
Que eu sinto o sol em sonhos de grandeza
A rir!...cantar!...gritar!...dentro de mim!
(Poesia de J. Galvão Balsa, in “Oiro e Cinza do Sertão”)