O problema africano está a assumir uma importância tal que a não o tomarmos já, como o alvo dos nossos melhores esforços, corremos o desagradável risco de, quando o quisermos fazer, estarmos em condições francamente desvantajosas. Por isso mesmo, uma coisa não me levanta dúvida nenhuma: nós temos de agir, já, antes que as circunstâncias se venham sobrepor aos nossos desejos. Agir - mas com eficiência, decisão inabalável e conhecimento de causa. É um ponto que não deveria admitir contestação, quando, por toda a África, se está estendendo um precipitado movimento contrário à permanência europeia, e de modo algum compatível com a unidade estrutural da nação portuguesa.
Outrora, fomos o primeiro povo a lançar até aos recônditos dos sertões ignorados, uma grande cruzada humanitária: hoje – porque não dizê-lo? - de pouco nos valerá, na prática, arrimarmo-nos a tão brilhante passado histórico, se o não conseguirmos repetir perante os condicionalismos actuais. E porque não repeti-lo, se nós somos a raça mais indicada para cimentar uma portentosa unidade luso africana?
Não podemos pensar, por mais optimistas que o sejamos, na obtenção de um êxito total para semelhante empresa, se ao nosso ultramar não formos dedicando, tanto mais rapidamente quanto é necessário toda a nossa capacidade. Nele existe, sem dúvida, o mais auspicioso potencial de engrandecimento pátrio, razão de onde deriva a necessidade imperiosa de a nossa politica ultramarina se dever revestir de um acentuado cuidado e necessitar por isso de uma realização urgente.
A acção conjunta, de uma esclarecida direcção governamental e da concomitante tarefa de desencadear a unidade nacional, conduzir-nos-á, decerto a um dos caminhos que ora se nos depara: a epopeia; a ignorância da obra e o desmazelo incompreensível a que a votássemos levar-nos-ia ao rumo oposto: ao cataclismo. Creio que não temos o direito moral de escolher - a obra é da nação e para a nação.
Diário da Manhã 21 Fevereiro de 1959
Outrora, fomos o primeiro povo a lançar até aos recônditos dos sertões ignorados, uma grande cruzada humanitária: hoje – porque não dizê-lo? - de pouco nos valerá, na prática, arrimarmo-nos a tão brilhante passado histórico, se o não conseguirmos repetir perante os condicionalismos actuais. E porque não repeti-lo, se nós somos a raça mais indicada para cimentar uma portentosa unidade luso africana?
Não podemos pensar, por mais optimistas que o sejamos, na obtenção de um êxito total para semelhante empresa, se ao nosso ultramar não formos dedicando, tanto mais rapidamente quanto é necessário toda a nossa capacidade. Nele existe, sem dúvida, o mais auspicioso potencial de engrandecimento pátrio, razão de onde deriva a necessidade imperiosa de a nossa politica ultramarina se dever revestir de um acentuado cuidado e necessitar por isso de uma realização urgente.
A acção conjunta, de uma esclarecida direcção governamental e da concomitante tarefa de desencadear a unidade nacional, conduzir-nos-á, decerto a um dos caminhos que ora se nos depara: a epopeia; a ignorância da obra e o desmazelo incompreensível a que a votássemos levar-nos-ia ao rumo oposto: ao cataclismo. Creio que não temos o direito moral de escolher - a obra é da nação e para a nação.
Diário da Manhã 21 Fevereiro de 1959
A fotografia foi tirada 1966. São 3 sobas do distrito da Lunda com os seus chapeus ornamentados
com missangas. Só as autoridades os podiam usar