Não sou herói, nem santo, nem pioneiro,
Não desbravei os matos nem sertões,
Não passei febres, sedes, aflições,
Nem tenho cicatrizes de guerreiro;
Mas guardo na minha alma ecos distantes
De brados e soluços e gemidos
Que andam nos ermos de África perdidos,
Contando os seus segredos fascinantes…
Sei que não tenho falas de profeta
e nem sequer, talvez, serei poeta,
Para esculpir em verso um pensamento;
Mas sei que trago dentro do meu peito
A mesma alma desse povo eleito
Que fez o Império pelo sofrimento!
Não desbravei os matos nem sertões,
Não passei febres, sedes, aflições,
Nem tenho cicatrizes de guerreiro;
Mas guardo na minha alma ecos distantes
De brados e soluços e gemidos
Que andam nos ermos de África perdidos,
Contando os seus segredos fascinantes…
Sei que não tenho falas de profeta
e nem sequer, talvez, serei poeta,
Para esculpir em verso um pensamento;
Mas sei que trago dentro do meu peito
A mesma alma desse povo eleito
Que fez o Império pelo sofrimento!
( J. Galvão Balsa, in “Oiro e Cinza do Sertão,”Angola 1959)