domingo, 12 de setembro de 2010

O Ouvidor do Kimbo


Recordamos 12 de Abril. O tempo não pára. Não faz pausas - para sentir, para pensar, para recuperar pequenos nadas que se foram perdendo ao longo da vida. Só a saudade faz com que tudo pare no tempo.
Este é um blogue de estórias. De um passado, que se fez presente.
Hoje, queríamos contar uma pequena história, recente, que se passou com o blogue.
Uma tarde diz-me o Henrique alarmado:
O Ouvidor do Kimbo desapareceu. Desapareceu? Como?
Desapareceu, não está lá. Telefona ao Senhor Ferreira. Tenho que perceber o que aconteceu.
Era verdade. O desenho com o título tinha misteriosamente abandonado o seu lugar.
Deixámos mensagem ao Senhor Ferreira. Telefonamos ao João e ao Nuno.
E é o Nuno que a partir de agora toma a palavra.

NÃO!

Não pode ser. Como é que isto aconteceu?

«A imagem desapareceu Nuno. Não sei o que aconteceu»

«Não sei mãe. Diz ao pai que no meu computador também não aparece a imagem do blogue». Diz ao pai.

Não!

Um segundo antes não estava lá e no segundo depois apareceu.

Não sei o que se passou. Mas eu que na correria dos dias ainda não tinha visto essa imagem e as tuas palavras, parei. Sentei-me no teu kimbo e estive à escuta do que dizia o Ouvidor.

À escuta das palavras da tua vida. De África e da política. Agora mais de África que do resto. No meio do Kimbo senti-me em casa e no meio da tua inteligente ironia via as imagens que para muitos já desapareceram.

O João e a Mariana dormiam e eu ria com gosto pela felicidade de ser pai. Por ter um pai como o pai.

Não! Desta vez não vou calar. Não vou deixar ser o ar a levar o que não disse. Afinal nem preciso de dizer, é só escrever:

«Olá Papá – Finalmente consegui passar pelo seu Kimbo e ouvir o que nos tinha (a nós como povo) para dizer. Fantástico! Quase acordava o João e a Mariana com algumas gargalhadas a respeito do «gangue do multibanco a governar Portugal» ou do «livro dos extraterrestres que alguns andam a ler»
Mas o tom sério de alguns posts (é assim que se chama certo?) fazem do seu blogue leitura obrigatória (e a partir de agora diária…). Precisamos mesmo que as referências deste país nos guiem para encontrar melhores actores, pois este filme que nos têm mostrado ultimamente é de 3ª categoria. Espero que não acabe em Terror que de Comédia temos tido muito.
Do filho cada vez mais orgulhoso (e invejoso de não estar tecnologicamente tão actualizado…)
Nuno.

Escrevi as palavras. Não sei se as leu. Sei que ficaram para sempre. Sei que as levou no seu coração

Eu não as disse.

Escrevi-as nas entrelinhas:

«Amo-te Pai»

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