Que história contaremos aos vindouros
nós que fomos como galinhas enxotadas?
Roubaram o horizonte que sonhamos nosso
venderam por trinta dinheiros a esperança
semearam a discórdia e o ódio que não cansa,
- eu por mim já nem ter saudades posso.
Ó gente vil, traidora, acomodada
vendida ao prato de lentilhas
da velha história sagrada…
O fausto amarelíssimo de esplendor passado
ardeu negro e rubro na fogueira dos velhos ouropeis
enfeitai-vos de medalhas de valor desperdiçado
e rasgai da vossa história os velhíssimos papéis.
Ódio sem razão jamais amansa
a inveja não cansa nunca mais,
só o nosso sofrimento não descansa…
Que histórias contaremos aos vindouros
nós, que fomos como galinhas enxotados?
(Poesia de Neves e Sousa, 1976)
nós que fomos como galinhas enxotadas?
Roubaram o horizonte que sonhamos nosso
venderam por trinta dinheiros a esperança
semearam a discórdia e o ódio que não cansa,
- eu por mim já nem ter saudades posso.
Ó gente vil, traidora, acomodada
vendida ao prato de lentilhas
da velha história sagrada…
O fausto amarelíssimo de esplendor passado
ardeu negro e rubro na fogueira dos velhos ouropeis
enfeitai-vos de medalhas de valor desperdiçado
e rasgai da vossa história os velhíssimos papéis.
Ódio sem razão jamais amansa
a inveja não cansa nunca mais,
só o nosso sofrimento não descansa…
Que histórias contaremos aos vindouros
nós, que fomos como galinhas enxotados?
(Poesia de Neves e Sousa, 1976)