segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Modernização da Economia

A modernização da economia não passa apenas pela renovação das fábricas, pela aquisição de sofisticados equipamentos, pela introdução de novas tecnologias, pela captação de novos mercados, pela melhoria da qualidade dos produtos ou dos serviços, pela eficiência da Administração Pública ou pela eliminação das constrições de variada natureza a que, pesada e inutilmente, muitas vezes estão sujeitas as empresas.

E não basta também, proporcionar-lhe um enquadramento macro-económico e um clima social fundado em políticas sustentadas, geradoras de confiança e propulsoras de estratégias de médio e longo prazo, que não tenham de esbarrar em “ziguezagues” de eventuais políticas públicas ciclicamente contraditórias

Se tudo isto é, de facto, muito importante, não restam dúvidas, porém, de que, no actual contexto da economia global e face ao desafio permanente de melhoria da competitividade, o factor mais determinante de afirmação e de combatividade de cada país no concerto internacional repousa na qualidade dos seus recursos humanos.
Por maioria de razão assim o terá de ser em Portugal, visto que sofremos neste campo de carências muito mais profundas.
Esta necessidade imperiosa de requalificação dos nossos recursos humanos atinge todos os sectores profissionais e implica com todas as áreas de conhecimento.

A gestão desses recursos terá de ser também, mais qualificada e mais ajustável, porque os tempos serão outros e os homens assumirão comportamentos e respostas diversificadas na vida profissional e na sociedade.
Será, no futuro, técnica e socialmente mais exigente, mais ágil na previsão e na prevenção, humanamente mais complexa, visto que também por ela passa a luta contra a exclusão social de que o desemprego constitui uma das causas fundamentais.

Lisboa 1994