Não sei, por estas noites tropicais,
o que me encanta…
se é o luar que canta
ou a floresta aos ais…
Não sei, não sei, aqui neste sertão
de música dolorosa
qual é a voz que chora
e chega ao coração…
Qual o som que aflora
dos lábios da noite misteriosa!
Sei apenas, e isso é que importa,
que a tua voz, dolente e quase morta,
já mal a escuto, por andar ausente,
já mal escuto a tua voz dolente…
Dolente, a tua voz “luena”,
lá do distante Moxico,
que disponho e crucifico
nesta amargura morena…
Que é o destino selvagem
duma canção que tange,
por entre a floresta virgem
o meu saudoso “Quissange”.
Quissange, fatalidade
deste meu triste destino…
Quissange, negra saudade
do teu olhar diamantino.
Quissange, lira gentia,
cantando o sol e o luar,
e chorando a nostalgia
do sertão, por sobre o mar.
Indo mares fora, mares bravos,
em noite primaveril
acompanhando os escravos
que morreram no Brasil.
Não sei, não sei,
neste verão infinito,
a razão de tanto grito.
-Se és tu, oh morte, morre!
Mas deixa a vida que tange
exaltando as amarguras
e as mais tristes desventuras,
do meu amado Quissange!
o que me encanta…
se é o luar que canta
ou a floresta aos ais…
Não sei, não sei, aqui neste sertão
de música dolorosa
qual é a voz que chora
e chega ao coração…
Qual o som que aflora
dos lábios da noite misteriosa!
Sei apenas, e isso é que importa,
que a tua voz, dolente e quase morta,
já mal a escuto, por andar ausente,
já mal escuto a tua voz dolente…
Dolente, a tua voz “luena”,
lá do distante Moxico,
que disponho e crucifico
nesta amargura morena…
Que é o destino selvagem
duma canção que tange,
por entre a floresta virgem
o meu saudoso “Quissange”.
Quissange, fatalidade
deste meu triste destino…
Quissange, negra saudade
do teu olhar diamantino.
Quissange, lira gentia,
cantando o sol e o luar,
e chorando a nostalgia
do sertão, por sobre o mar.
Indo mares fora, mares bravos,
em noite primaveril
acompanhando os escravos
que morreram no Brasil.
Não sei, não sei,
neste verão infinito,
a razão de tanto grito.
-Se és tu, oh morte, morre!
Mas deixa a vida que tange
exaltando as amarguras
e as mais tristes desventuras,
do meu amado Quissange!
(Poema de Thomaz Vieira da Cruz, in “Quissange Saudade Negra”)