quinta-feira, 9 de maio de 2013

DISCURSO DIRECTO

3 de Junho de 2009
No momento em que renunciou ao cargo de provedor de Justiça, Nascimento Rodrigues deixou um apelo directo a José Sócrates e Manuela Ferreira Leite. 
"Quem tem de decidir são os deputados e mais alguém que os deputados, porque há aqui um problema de responsabilidade política dos líderes partidários" afirmou aos jornalistas. "Eu não posso dar ordens aos responsáveis políticos, mas mando esta mensagem: têm que se entender para bem do país", apelou Nascimento Rodrigues, momentos depois de ter entregue a sua carta de renuncia ao presidente da Assembleia da República, com efeitos imediatos.
Praticamente um ano depois do prazo legal em que a sua substituição devia ter acontecido, o agora ex-provedor sublinhou que "o País está a viver uma situação económica e social muito grave, a qualidade da democracia tem-se degradado e nós temos que falar a verdade ao povo". E a verdade disse-a por meias palavras, mas deixando claro a quem atribui as principais responsabilidades pelo impasse criado.
"Há muitas pessoas que parecem ter medo das palavras consenso, compromisso, entendimento. Eu não tenho medo porque sou um democrata e a democracia faz-se de confrontos e divergências de ideias, mas faz-se também de entendimentos e compromissos", sublinhou. Para acrescentar que, se este processo alguma coisa demonstrou, é que eu tinha razão ao dizer que era necessário o compromisso".
De compromissos e consensos falou também o presidente da Assembleia da República, num tom igualmente duro para com os partidos, incluindo o seu. "Se até com tanta facilidade se entenderam por exemplo, sobre a lei do financiamento dos partidos, porventura consolidando soluções nem sempre as mais adequadas, pois tem toda a oportunidade de aqui se entenderem sobre a eleição do provedor de Justiça" afirmou Jaime Gama. E em tempo útil, "claro", antes do fim da legislatura,