Antes uma feia / cheia de graça / capaz de ir à lavra /
Comandar a casa / exigir bom trato/ conceber o fruto /
Bendito o teu ventre/ e eu serei contigo.
Zelarei pelo gado / pelo leite e pela carne /
Cumprirei viagens / cuida tu do fogo / renova o meu sangue /
E acolhe o vigor da minha semente.
E volve os teus olhos / para a minha chegada.
Sem ti não sou nada /
Nem valem os rumos /
Se os não entrelaças.
Fivela dos prazos / água da estação / remate dos mundos /
Fermento das festas / calda das nações /
Olha por mim
Mãe do homem.
Agora e na hora da minha fraqueza / amém.
(Poesia de Ruy Duarte de Carvalho, in “Lavra”)