Fui a Bubaque este fim de semana. É uma ilha paradisíaca, mas onde só se pode tomar banho, pois não há mais nada. O mar é um verdadeiro “caldo”, mais quente do que cá fora. A ilha é luxuriante, mas faz muito calor e não há ar condicionado.
Agora estou instalado numa moradia muito boa, tem ar condicionado e frigorífico, mas é enorme para uma pessoa só. Vem cá a mulher da limpeza quando saio para o Ministério e estão a ver se me arranjam uma lavadeira
Continuam a ser muito simpáticos e correctos e sinto-me bem. O pior são as “horas mortas”, ou seja, depois das 6h da tarde. Não se pode trabalhar a seguir ao almoço de modo que durmo um pouco e à noite só consigo adormecer depois da meia-noite. Não me tem apetecido ler ou estudar e, por isso, estas horas têm sido aborrecidas. A falta de companhia é o pior.
Aqui como calculas falta tudo o que é mais elementar. Do que mais sinto falta é do café, não há em sítio algum. Hoje nem nescafé havia como tem acontecido a maior parte dos dias. O almoço e o jantar comem-se razoavelmente, mas não como hortaliças ( aliás, praticamente só servem pepino, de que eu não gosto) o pequeno almoço é péssimo.
Sinto-me óptimo de saúde e não tenho apanhado sol, enfim é uma vida tranquila. Demasiadamente tranquila para os meus hábitos. Às vezes vou dar uma volta pelas “tabancas” com o Mário ( o meu “oficial de diligencias do protocolo”), outras, como hoje, procuro os mercadores de marfim da Côte d’Ivoire. O artesanato local é paupérrimo, as únicas coisas de jeito vêm do Senegal ou da Costa do Marfim. A única coisa que até agora decidi comprar foram quadros a óleo de um pintor local.
O quadro é de Gui Tavares -1983 Republica da Guiné Bissau