Estamos em fins de Setembro princípios de Outubro de 1963. Depois da viagem na Caranguejola do “Manuel Alfredo” era necessário pegar nos livros, preparar os exames, acabar o curso, e o que se tornou verdadeiramente complicado para o Henrique, procurar e conseguir emprego.
Fui ao Ministério do Ultramar para ver se conseguia falar com o P. Correia. Afinal falar com ele é mais difícil do que se julga! Fui atendido pelo respectivo secretário, que me informou que apenas podia pôr-me na lista de espera, a qual contem à minha frente umas 50 pessoas… Posto isto e os actos apenas posso aguardar a chamada…
Depois fui a casa de um juiz reformado, para quem o meu pai enviou uma carta por minha causa. Sua Exª não estava e tenho que lá voltar amanhã. De regresso a casa encontrei por acaso o juiz de S. Vicente, que fez viagem comigo e estivemos conversando um pouco.
Parece-me que ele quer sair da magistratura, porque diz que dá muito trabalho e nenhuma recompensa.
Finalmente, quase ao chegar a casa, topei com aquele rapaz goês, magricela, que é meu colega e como sei que ele é um fura vidas de 1ª ordem meti conversa com ele e tentei saber se ele conhecia algum lugar vago.
Claro, nada me disse de concreto (evita-se a concorrência), mas falou-me vagamente nas Caixas de Previdência, nas repartições ministeriais e…. no Instituto do teu primo que segundo me disse “alberga” alguns colegas nossos já formados.
Enfim todo o meu problema é saber de lugares que estejam vagos, para depois poder fazer alguma coisa.
29 de Setembro 1963